A preparação mental para um Ironman
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18/05/2016Faltam poucos dias para o Ironman Florianópolis 2016, prova que contará com mais de 25 atletas da Webtreino. E para aquecer os motores, faremos uma série de entrevistas com alguns dos nossos atletas.
Para começar, vamos conhecer um pouco mais de uma das figuras mais carismáticas da Webtreino: Marcelo Balzer.
Idade/estado civil/número de filhos: 49 anos, casado, 2 filhos (15 e 8 anos)
Profissão: Promotor de Justiça
Por que o triathlon e há quanto tempo você pratica o esporte?
O ano era 2003 e me encontrava designado na antiga PIC atualmente conhecida por GAECO. A atividade funcional e o nível de stress me levaram a um abismo pessoal. Nesta época ganhei de aniversário do colega (amigo e hoje também corredor), um livro chamado “A semente da vitória” de Nuno Cobra. A partir da leitura deste livro tudo começou e em novembro daquele ano participei da minha primeira corrida: A Maratona Internacional de Curitiba, concluindo a minha primeira participação em 4:04:04 .De lá para cá, já foram 48 maratonas e não sei quantas meias maratonas e, corrida de rua e triathlons, concluindo o objetivo inicial de correr as 5 maiores maratonas do mundo: Nova York, Chicago, Berlim, Londres e Boston (2013) chegando antes do atentado a bomba.
Por que fazer um IronMan? O que o motiva?
Após cumprir essas corridas, resolvi participar de um IRONMAN. E está aí algo que, todas as vezes que acontece, me enche de vontade – um desafio! Provar a mim mesmo que sou capaz de ultrapassar um obstáculo é algo que me mobiliza.
No início da minha atividade funcional, bem como a maioria dos Promotores de Justiça, além de péssimo orador, tinha a insegurança no Tribunal do Júri. Percebi que precisava me preparar se desejasse mesmo ser um Promotor de Justiça do Tribunal do Júri. Hoje com mais de 950 júris na carreira, aos poucos fui adquirindo “destreza” para enfrentar “diuturnamente” os embates do plenário. De sorte que, a “prática regular” no tribunal do júri me proporcionou uma certa segurança para esta atividade, segurança essa que não tinha para concluir um IRONMAN, onde o pior adversário, sou eu mesmo.
Como tem sido sua rotina de treinos? Que ajustes foi preciso fazer para que os treinos encaixassem com a sua vida profissional e familiar?
Para tanto, é necessário organização e disciplina, as quais permitem que uma pessoa desempenhe todos os seus papeis e de conta de todas as suas atividades de forma equilibrada e harmoniosa. Percebi, após minhas experiências em corridas longas, que a vida pode ser muito melhor quando conseguimos levar em conta os seguintes fatores: saúde, alimentação, atividade física, auto conhecimento, espiritualidade e disciplina. Todos esses essenciais, porém, nenhum é mais importante do que outro: são complementares e interdependentes, cada qual contribuindo a sua maneira para nosso “equilíbrio”. O segredo está no equilíbrio. A Conciliação não depende de um aspecto isolado, mas sim de uma combinação delas. Não existe fórmula secreta: a complexidade da vida tem a medida que lhe damos.
Não sou diferente de ninguém. Quando está frio, por exemplo, ou estou muito cansado, sinto preguiça para cumprir o ritual de exercícios previstos na minha planilha. Mas quando me lembro do bem estar que sentirei momentos depois, e do quanto isso me fará bem por todo o dia, sigo em frente. E assim, minha semana se divide em: Domingo – sempre tem uma competição; segunda, natação com corrida leve; terça, ciclismo com natação; quarta, corrida e natação; quinta, ciclismo e natação, sexta, corrida e nos sábados os treinos mais longos com transição (ciclismo mais corrida com duração de 4 a 5 horas) e faço reforço muscular: segunda, quarta e sexta.
Que dica você daria para quem está pensando em fazer um triathlon ou até mesmo um Ironman?
A dica que deixo é a seguinte: Talvez nunca tenha lhe ocorrido de correr uma maratona, ou talvez nem tenha lhe passado pela cabeça praticar qualquer atividade física. Se você faz parte de um desses dois grupos gostaria de trazê-los a minha realidade: a realidade das pessoas que já experimentaram o bem estar que invade nosso corpo após o exercício cumprido e que desde então não conseguem mais viver sem ele. Digo que primeiro é preciso gostar do que se escolheu praticar, caso contrário vira auto flagelo. Se a primeira atividade que você escolher combinar com o seu temperamento e suas necessidades, o prazer e os resultados serão tão evidentes que isso o guiará a conhecer outras práticas.
Vitória, essa é a palavra. Independentemente da posição em que terminar a sua prova, você se sentirá um vencedor!