Entrevista IM Florianópolis 2015 – Alexandre Constantino
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04/06/2015Agora é a vez de uma entrevista especial para a nossa série sobre o Ironman Florianópolis 2015. Convidamos as 4 participantes da Webtreino (Luca Glaser, Paula Cardoso, Isabela Marques de Souza e Giovana Peretti) para nos contarem um pouco sobre a experiência dos treinos, dificuldades e o dia da prova.
1) Como foi a união das meninas na caminhada até o Ironman Floripa?
Luca: Esse ano foi o primeiro que tinha companheiras de treino! Nos outros, era sempre a única mulher. No início fiquei bem animada, afinal nós quatro temos um ritmo bem parecido. Mas como IM é um rotina maluca, principalmente durante a semana era quase impossível de fazer treino junto. Me aproximei muito da Paula porque fazíamos os treinos de ciclismo durante a semana juntas na estrada. Aí via a Gi e a Isa nos treinos do final de semana. Posso dizer que não trocamos muita experiência, mas trocávamos nervosismo! Uma colocando pilha na outra, do bem é lógico! Foi muito bom cruzar com a Gi que eu falei na prova, e ver a Paulinha super se superando, chorei quando vi que ela chegou com o Kelvin!
2) Paula, você sofreu uma queda de bike há poucas semanas da prova. Como foi lidar com a incerteza da sua participação e a recuperação da mão para a prova?
Paula: Nos primeiros dias pós queda, com a hipótese de ter que passar por uma cirurgia, sentia que o mundo tinha acabado! A sensação era uma só: que eu tinha nadado, nadado e morrido na praia. Mas aí os dias foram passando, junto com algumas boas consultas em especialistas (aos quais serei eternamente grata), e a minha situação foi saindo do “buraco”. A cirurgia foi descartada após um acompanhamento de 15 dias de imobilização com gesso, período que, apesar de ter sido praticamente off, foi essencial para treinar a cabeça, afinal, nem tudo estava perdido, eu ainda podia tentar. Com 02 semanas para a prova, pude substituir o gesso por uma tala, com a qual pude voltar a nadar e a correr com algumas limitações. Acredito que essas 02 semanas foram a chave para tudo: vai dar ou não vai dar!? Tive tempo de testar a “nova situação” em 03 treinos de natação em piscina e 01 treino no mar (na semana da prova), algumas corridinhas e 01 transição. Nessa fase, o que eu tinha de concreto era: a liberação médica para TENTAR fazer a prova com toda a cautela possível, prometendo que iria desistir da prova frente a qualquer obstáculo que pudesse representar algum perigo para a recuperação da fratura; e a vontade gigante de realizar um sonho e TERMINAR o IM. E assim foi até a largada do dia 31. Penso que conquistei a prova por etapas. A cada fase vencida eu me animava por estar me aproximando da linha de chegada mas, ao mesmo tempo, mantinha o pé no chão, sabendo que a qualquer momento eu poderia parar, e que isso não poderia representar uma frustração, afinal, o combinado era esse e eu já estava feliz por estar lá, na linha de largada, com meus amigos e como uma atleta do IM2015. Então as horas foram passando e as etapas foram sendo vencidas, até que cheguei na última volta dos 10km… Ali eu tive a certeza: agora eu não paro mais!!! E a emoção tomou conta!!! Parecia um sonho!!! Nos últimos 2km, quando eu já estava correndo apenas com a cabeça, pra fechar com chave de ouro, encontrei o Kelvin, meu marido que também estava fazendo a prova, e aí não preciso mais falar nada!!! Chegamos juntos e com o braço inteiro (rsrs)!!! Com certeza eu queria ter realizado a prova em melhores condições de saúde, mas posso dizer que venci esse obstáculo de uma maneira que até nos meus melhores sonhos, não havia imaginado!!!
3) Como você avalia a importância do seu treinador e da equipe Webtreino para a sua conquista?
Isa: Na minha opinião, o treinador é de fundamental importância para realização de uma prova deste porte. Além de conhecimento técnico, o meu treinador tem muita experiência. Eu não poderia ter sido melhor assessorada durante o ciclo de treinamento para o Ironman. Foi tudo excelente. Quanto à equipe, é sempre bom treinar com mais pessoas. Todo mundo se apoia e se incentiva. E, principalmente, os treinos ficam mais divertidos.
Giovana: Ah o treinador… tenho uma admiração e carinho muito grande pelo Maurício, como técnico e como atleta, sem contar que é um grande amigo, tenho total confiança nele. “In Coach we trust”, li por aí e é isso mesmo. E ele me conhece bem, sabe os meus limites, medos e mimimis… kkkk
A equipe, importantíssima, sempre dando o maior apoio, me dou bem com “todos” hehe. Ah, sem contar a torcida durante a prova, com certeza um diferencial!!!
4) Qual é a emoção de cruzar aquela linha de chegada?
Luca: Esse foi o meu 4º Ironman e pareceu meu primeiro. Esse sensação é sempre especial…. Cada IM é o meu primeiro IM e vou em busca de muitas outras linhas de chegada, porque é a melhor sensação do mundo!
Paula: INDESCRITÍVEL!!! Só fazendo pra saber!!! Posso dizer que a sensação é tão boa que compensa tudo e merece ser repetida, com certeza!!!
Isa: Cruzar a linha de chegada é sensacional. Senti-me invencível por alguns segundos. É uma experiência muito bacana e acredito que palavras não consigam descrever exatamente o sentimento de conquista e felicidade quando passamos por baixo daquele pórtico de chegada. Vale muito a pena todo o esforço, sacrifício e disciplina e na minha opinião todos que têm a curiosidade de saber como é deveriam tentar também.
Giovana: A emoção, indescritível, só estando ali pra saber, pensei muito nas pessoas que torceram por mim.
5) Se fosse dar uma dica para outras meninas que pensam em participar de um Ironman, qual seria?
Luca: FAÇA! O conjunto da obra é o que da gosto. Ironman é muito mais que uma prova com limite de 17h. É uma fase da vida, um ciclo cheio de histórias, superação e conquistas. Independente de resultado, pódium ou vaga, o que mais fica é a superação pessoal e o orgulho de ser de ferro!
Paula: Uma única dica: PARTICIPE!!! O segredo é apenas treinar, levar a sério o dia a dia e ter o pé no chão. Cada um é cada um e tudo deve ser feito dentro das suas limitações. Mas com certeza todo caminho percorrido é muito bem recompensado!!!
Isa: O treinamento para uma prova de Ironman não é fácil. Requer disciplina, sacrifício, comprometimento e foco, mas acredito que quando a gente quer muito alguma coisa, não existe empecilho que nos impeça de chegar lá. No final das contas, as vinte semanas passam voando e a prova em si também. E o que fica são apenas as boas lembranças de superação e de diversão resultantes deste período de treinamento. Tem que aproveitar muito todo o ciclo e eu tenho certeza que a vontade não será de parar após a conquista do primeiro Ironman. 🙂
Giovana: Não pense que vai ser fácil, o negócio é foda. Dói tudo, principalmente na corrida, tem que treinar e muito. Não faça se você simplesmente quer fazer só por dizer que fez, tem que amar o esporte acima de tudo, gostar de se superar e ter raça rubro negra (kkkkk). Se for coxinha nem apareça.