Entrevista IM FLorianópolis 2015 – Meninas Webtreino
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15/06/2015Nossa série de matérias sobre o Ironman Florianópolis 2015 continua com a entrevista de Adilson Flausino. Mais uma história que, pela garra e superação, resume bem o espírito de muitos que cruzaram a linha de chegada no último dia 31 de maio.
1) Como o Triathlon entrou na sua vida?
Sou fã do Triathlon desde meus 14 anos, quando já acompanhava a Fernanda Keller. Ganhei minha primeira bike de verdade (Caloi 10), comprei um clip e fiz meu pai cortar o guidão pra inverter e ficar parecendo uma TT (coisa de piá….rs). O tempo passou, as prioridades foram sempre outras, mas nunca deixei de acompanhar o esporte pelo pouco que é divulgado no nosso país. Em dezembro 2012, resolvi começar a correr, pois a balança bateu os 80 kg. Comecei nas corridas de 5 km e logo passei para as de 10 km. Em março de 2013, fui assistir o Sesc Triathlon Caiobá pela primeira vez. Me apaixonei, prometi que em 2014 estaria lá competindo, só que eu não sabia nadar. Foi aí que corri atrás, aprendi a nadar e em poucos meses participei de um aquathlon. Treinei pro Sesc 2014 sozinho, terminei com um tempo horrível e quase andando no final da corrida. Então descobri que o triathlon é um esporte que mistura as 3 modalidades e não dá pra treinar cada uma isolada.
2) Por que decidiu encarar o Ironman?
Acho que o Ironman é o sonho de qualquer triatleta, e todos que praticam Triathlon devem se inscrever para um Ironman. Talvez não precise ser precoce como eu fui e dar um salto tão grande, que fui direto para o Iron com um currículo muito pobre de apenas 3 shorts e 2 olímpicos.
3) Como foi sua rotina de treinos?
Minha rotina de treinos creio que foi igual a de qualquer atleta amador que tem que bater cartão. No pico dos treinos ao final de abril a correria foi grande, mas como minha esposa está no ramo, tive bastante apoio e isso me ajudou muito, pois ela sempre estava presente e me incentivando nas horas difíceis.
4) Que ajustes foi preciso fazer para que os treinos encaixassem em sua vida profissional e familiar?
Meu banco de horas sempre estava no vermelho, pois meus treinos de natação eram realizados na hora do almoço, longos de corrida pela manhã antes do trabalho e os almoços em família no domingo eram sacrificados pelos longos de bike.
5) Que modalidade teve mais dificuldades em treinar? Por quê?
Acho que a corrida foi o que mais me desgastou. Como meus longos eram na quarta, no final do ciclo ficava difícil achar local pra percorrer os 28 km, as ruas de Curitiba ficavam curtas, já que não suportava ficar dando voltas em parques, mas às vezes isso era inevitável.
6) Como foi a prova em Florianópolis?
A prova é uma festa, chegamos em Floripa na quarta a tarde e já sentimos a vibe do Iron. Desde o momento que coloquei a pulseira na entrega do kit já era visto em todos os lugares como “celebridade”. Parei pra abastecer em um posto em Canasvieiras e o dono do posto me acompanhou até o carro e disse em voz alta a todos que estavam ao redor “olha aqui, esse é mais um Ironman”.
A prova é algo indescritível, emoções a flor da pele, na mesma hora que tu está se sentindo forte as lágrimas começam a cair sem motivo, e cada aplauso que vc recebe ao passar pelo caminho te dão um empurrão que te faz seguir em frente.
7) Como foi a sua emoção ao cruzar a linha de chegada?
A linha de chegada começa ao avistar a torre do Campanário. Ali a dor que está sentindo vai embora, a emoção toma conta de tudo, as lágrimas começam e não param mais até cruzar a linha, onde todos estão ansiosos pela sua chegada. Creio que tudo vivido até ali valeu muito a pena.
8) Qual a importância do seu treinador e da Webtreino na sua conquista?
Meu coach Maurício e a estrutura que a Webtreino me proporcionou foram o pilar da minha transformação, foram os responsáveis por formar alguém que antes pesava 80 kilos não conseguia correr 5 km em um atleta de 62 kilos que agora é um Ironman. E hoje acredito que nada é impossível, basta crer e correr atrás dos seus sonhos.
9) Que conselho você daria para quem está pensando em completar um Ironman?
Ironman é uma prova que tem que ser respeitada, assim como tudo oque seu treinador lhe disser. Não invente moda durante a prova, respeite seu corpo e seus limites e não se iluda com suas médias dos treinos durante a prova, pois lá tudo muda. Nos momentos difíceis durante a prova lembre-se que você já é um Ironman, você chegou até aqui e a linha de chegada é logo ali.