A entrevista do mês de agosto é com o nosso atleta do ano de 2013, Lean Bilski. E o assunto é próprio para o mês, já que logo acontecerá o primeiro Ironman 70.3 de Foz do Iguaçu, evento em que estamos com mais de 30 atletas da Webtreino confirmados!
Na entrevista Lean conta um pouco como foi a sua primeira prova na distância (1,9km de natação/ 90km de bike/ 21km de corrida), a conquista da vaga do Mundial e a expectativa com a viagem para o Canadá!
Confira:

1) A sua primeira prova de Ironman 70.3 foi em Brasília, 2013, onde conseguiu a vaga para o Mundial que acontece em Setembro. Conta um pouco como foi essa experiência de fazer o primeiro meio ironman.

Foi minha terceira prova de triathlon, depois de 8 meses na Webtreino. Tudo ainda muito recente e inexplorado. Acabei indo sozinho, pois fui o único atleta da equipe a competir lá, então, além das dificuldades da viagem com toda a parafernalha que levamos para as provas, tive que descobrir os passos do pré-prova sem ter alguém conhecido para ajudar. Lembro que tive um choque de “realidade” quando fui pegar o kit e entregar a bike. Me perguntei o que estava fazendo ali, no meio daquela gente toda paramentada. Mas isso foi passando, e depois de um tempo passei a focar no que interessava, pois devia me preocupar apenas com a competição e as distâncias, que ainda eram algo novo para mim.

2) E como foi a preparação para a prova, quantos meses de treinos? Qual foi a maior dificuldade?

Conversei com o Mauricio, que planejou 3 meses específicos para a prova. Foi quando decidi encaixar mais dias de treinamento na minha semana. Até então, nunca havia feito treinos de transição, e raramente pedalava mais de 1 vez entre segunda e sexta. O começo foi difícil, principalmente pela adaptação à carga horária. Mas logo fui ajeitando trabalho, família, tempo livre e treinos, e tudo começou a andar do jeito que anda até hoje.

De resto, como as coisas foram andando gradualmente, não senti muita dificuldade em lidar com o volume e intensidade dos treinos. Creio que isso se deve, principalmente, ao bom planejamento que o Mauricio e a equipe técnica proporcionaram. Posso dizer que desde esse ciclo de treinamentos, faço rigorosamente (mas dentro do possível) o que está prescrito nas planilhas que recebo. Nunca tive lesões nem cansaços fora do normal, e até agora venho experimentando um bom desenvolvimento, o que me faz continuar confiando no trabalho feito.

3) Mundial de Ironman 70.3, acreditava na chance de conseguir a vaga ou foi sem cobrança? Como foi essa conquista?

Havia ido relativamente bem nos dois triathlons que havia disputado até então. Mesmo assim, ainda não sabia direito o que seria um 70.3 e até onde poderia ir numa prova dessas. Mas, na medida em que os treinos foram evoluindo, passei a sonhar com um bom tempo, mesmo sabendo que uma coisa são os treinos e outra a prova.

Poucas semanas antes de viajar, tive uma conversa com o Mauricio sobre a possibilidade de pegar uma vaga, pois teria que levar os dólares daqui. Depois disso, emprestei um dinheiro do meu pai e fui munido dos dólares e da esperança de conseguir a vaga.

Seria mentira se falasse que fui sem cobrança. Sempre me cobro, tanto nos treinos quanto nas competições, e nessa fui com a expectativa de ficar entre os 7 primeiros da categoria, para conseguir a vaga.

Havia treinado bem e estava confiante, apesar da apreensão. Estava muito nervoso nos dias que antecederam a prova, mas me tranquilizei na hora da largada, e depois da primeira braçada já estava totalmente focado.

Saí bem da água e durante o ciclismo já pude perceber que estava bem colocado. Dosei um pouco, apesar da empolgação. Isso foi bom, pois já no começo da corrida pude sentir o que temia: o calor e a baixa umidade. Desde o começo da corrida, tentei contar a minha posição e percebi que estava entre os primeiros amadores. As duas primeiras voltas de 7km foram dentro do esperado, mas na última já não conseguia engolir os gels tampouco muita água. Nessa hora estava pensando em andar um pouco para tentar me recuperar, mas pensei no que havia treinado para estar ali e na família que estava longe, foi o que me deu força para dar tudo o que podia nos últimos quilômetros.

Cheguei quase desmaiando, mas muito satisfeito com tudo. Acabei terminando em 5° no amador geral e 3° na categoria, o que eu realmente não esperava.

4) No próximo dia 31, teremos uma prova inédita da distância em Foz do Iguaçu, quais são as suas expectativas com o evento, visto que as inscrições foram esgotadas e a prova acontece em um dos pontos turísticos mais famoso do nosso país?

Com certeza estaria lá se não fosse pelo mundial. Essa prova certamente promete, principalmente pelo percurso.

Sei que a Webtreino estará representada por um grande número de atletas, que estão num bom volume de treinos desde a passagem do Ironman Florianópolis desse ano.

Da minha parte, estarei na torcida por todos os amigos e colegas de treino, e tenho certeza que alguns voltarão com a vaga garantida para a Áustria no ano que vem. De resto, é torcer por uma boa prova, bem organizada e justa para todos.

5) Na semana seguinte ao Ironman 70.3 de Foz do Iguaçu, você estará indo para o Mundial de 70.3 no Canadá, conte um pouquinho da sua preparação e expectativa para a prova.

Voltei aos treinos em julho, depois do descanso pós Ironman Florianópolis. Passei um breve período sem muito ânimo para treinar, mas mesmo assim não perdi muitos treinos. Foi uma fase importante, sem muitas cobranças, mas após isso passei a me sentir bem motivado e a encarar de frente a prova mais importante da minha (ainda) curta vida no triathlon.

Venho treinando forte e sinto que estou num bom caminho, principalmente em relação a bike e a corrida. A ideia é fazer o melhor possível, para sacramentar todo o caminho desse pouco mais de 1 ano e meio no triathlon e fazer jús ao apoio que recebo da minha família e dos técnicos e amigos da Webtreino. Sem esquecer da Water Play, que me apóia na parte da natação, e da Tracbel, que fez com que a viagem para o Canadá se concretizasse.

6) Se pudesse dar um dica para quem for estrear na distância, qual seria?

Levar os treinos dentro de um planejamento e da melhor maneira possível, acho que isso é o principal. É uma prova longa e que exige bastante, e quanto melhor o trabalho feito, mais as coisas andarão dentro do esperado.

É um grande desafio, com velocidade e resistência na mesma prova. Ao mesmo tempo, tenho a sensação que a distância de meio Ironman se equilibra bem para quem tem que conciliar os lados profissional, familiar e esportivo, então é treinar e aproveitar.

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Obrigada Lean pela participação! O Lean conta toda a sua rotina e conquistas com o triathlon no blog Leantri, acompanhem!

A Webtreino deseja uma ótima prova para todos os atletas que irão para o Ironman 70.3 de Foz do Iguaçu e em especial para o Lean, que irá nos representar no Mundial de Ironman 70.3 no Canadá!